O Tricentenário de Camões na nossa Biblioteca

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A Direção Regional da Cultura, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça expõe mais um “Documento Histórico do Mês” e uma “Raridade da nossa Biblioteca”, que estarão patentes ao público na vitrine da Sala de Leitura da BPARJJG durante o mês de junho de 2022.

Em março de 1880, por iniciativa da corporação da imprensa jornalística de Lisboa, constituiu-se uma Comissão Executiva para a celebração do Terceiro Centenário da Morte de Camões, sob a presidência de Ramalho Ortigão, e de que faziam parte Teófilo Braga, Eduardo Coelho, Luciano Cordeiro, Rodrigues da Costa, Pinheiro Chagas, Jaime Batalha Reis, Magalhães Lima e Rodrigues Pequito. Esta recebeu o apoio não apenas da Sociedade de Geografia e da Academia das Ciências, mas da Câmara Municipal de Lisboa e das mais variadas corporações, associações, estabelecimentos de ensino, casas de espetáculo, e outras, daquela capital.

Para isto muito contribuiu a campanha dirigida por Teófilo Braga, conhecido republicano e positivista português, que foi um dos responsáveis intelectuais pela transformação da obra camoniana num culto cívico nacional. Na esteira dos ensinamentos de Augusto Comte, Teófilo Braga promoveu de forma empenhada a celebração do tricentenário da morte do poeta, consagrando Luís de Camões e Os Lusíadas como símbolos identitários de uma nação que, no último quartel do século XIX, despertava para um novo ciclo da sua história e imaginário ultramarinos.

Também a Horta se mobilizou para essas grandes comemorações, como o testemunha o cartaz da “Recita de curiosos, cujo producto é destinado á realisação de festejos commemorativos do tricentenário de Camões”, Theatro União Fayalense, 5 de junho de 1880, depositado em nosso arquivo. No acervo da biblioteca, é testemunho o exemplar de “OS LUSÍADAS – EDIÇÃO CONSAGRADA A COMMEMORAR O TERCEIRO CENTENÁRIO DO POETA DA NACIONALIDADE PORTUGUEZA PELO GABINETE PORTUGUEZ DE LEITURA NO RIO DE JANEIRO” (Lisboa, 1880).