Grémio das 9 "O Sábio da Miragaia "

Sobre

Álamo Oliveira vem ao Grémio das Nove, na sede do IAC, para uma conversa sobre “O Sábio da Miragaia”, obra que sintetiza toda a escrita romanesca do autor.

Assim, além de aflorar o 25 de Abril, o sismo de 80, a guerra colonial e a emigração, que constituem a inspiração (porventura, obsessiva) dos seus livros, este “O Sábio da Miragaia” remexe em todos esses temas e provoca uma outra meditação sobre o que constitui a forma de, metaforicamente, encarar a pequenez da ilha, a qual insulariza a própria filosofia do ilhéu.

É contextualizando os saberes eruditos com os populares que, afinal, se torna possível entender o nosso espaço insular, através da sabedoria de alguém que não se identifica como sábio e que nos seus anos de vida apenas quis cumprir os ditames da mais justa justiça.

Natural da freguesia do Raminho (ilha Terceira), Álamo Oliveira é sócio fundador do Alpendre-grupo de teatro (1976), onde foi diretor artístico e encenador, levou a cabo várias exposições individuais e coletivas em Angra do Heroísmo, Ponta Delgada, Lisboa, Porto e Guiné-Bissau, nas décadas de 60 a 80, é autor de uma centena de capas de livros e de várias obras de poesia, romance, conto, teatro e ensaio. Está representado em mais de uma dezena de antologias de poesia e ficção narrativa, em Portugal e no estrangeiro. Tem poesia e prosa traduzidas para inglês, francês, italiano, espanhol, croata, esloveno e japonês. O romance “Já não gosto de chocolates” foi traduzido e publicado nos Estados Unidos da América e no Japão. “Até hoje, memórias de cão” recebeu o prémio «Maré Viva», da Câmara Municipal do Seixal, em 1985 e “Solidão da Casa do Regalo” (teatro) recebeu o prémio «Almeida Garrett», em 1999. A sua obra tem sido publicada na íntegra pela editora Companhia das Ilhas. 

Em abril de 2002, a Portuguese Studies Program, da Universidade da Califórnia em Berkeley, convidou-o, na qualidade de «escritor do semestre», para lecionar a sua própria obra aos estudantes de Língua Portuguesa – sendo o primeiro português a receber tal distinção.

Em 2010, recebeu a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, da Região Autónoma dos Açores e o Grau de Comendador da Ordem de Mérito, da República Portuguesa.

Admirador de Danças e Bailinhos de Carnaval, tem escritas algumas dezenas de cantigas de Saudação e Despedida.