Azores Festival 2022

Azores Festival 2022

2022-11-01 até 2022-11-12
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Música/Music

Sobre

Azores Festival apresenta música antiga, medieval e barroca, de compositores; Hildegard von Bingen (século XII), Barbara Strozzi e Heinrich Ignaz Franz von Biber, XVII, Bach, música do século XX; Anton von Webern, Alban Berg, Galina Ustvolskaya, Giacinto Scelsi, e, clássica contemporânea; Beat Furrer, Georg Friedrich Haas, Barry Guy.

Os concertos têm lugar em seis das nove Ilhas dos Açores, Santa Maria, São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico e Faial.

Os últimos Quartetos de Cordas de Beethoven, Opus 127, 130, 131, 132, 133 e da composição medieval Havun-Havun, de Grigor Narekatsi, do século X, são, também, da maior influência no projecto.

Em anos anteriores estiveram no Festival os Compositores Beat Furrer, John Blum, Barry Guy, e músicos; Alben Berg Ensemble Wien, Marino Formenti, Cantando Admont, Cordula Bürgi, Bertl Mütter, Brigitte Pinter, Evan Parker, Gottlieb Wallisch, Izumi Kimura.

Em Santa Maria, na Igreja Nossa Senhora da Vitória, terça-feira, dia 1 de novembro, 21h00. FLORIAN BERNER, com Suítes de Bach, num recital a solo no violoncelo.

Quarta-feira, dia 2 de novembro, 21h00, na Igreja Nossa Senhora da Vitória, quarta-feira. MAYA HOMBURGER e BARRY GUY DUO.

1- As 6 Suites para Violoncelo Solo de Bach são um tesouro precioso da história da música. Numa altura em que quase toda a música era acompanhada por Baixo Contínuo, estas são escritas para apenas um instrumento, sem qualquer tipo de acompanhamento. Porém, não são meras melodias, pois, em quase todos os andamentos, está implícita de forma bastante clara, a harmonia que Bach imaginou. Foram compostas entre 1717 e 1723 e ainda hoje são parte importantíssima do repertório para Violoncelo, talvez pelo virtuosismo, pela riqueza melódica, pela harmonia implícita, e, principalmente, por terem um carácter tão distinto.

2- 300 Anos é uma profundidade muito respeitável para as raízes musicais que herdámos, de forma mais direta. Foi um tempo bastante experimental na área da música. Experimentalismo esse que nunca cessou até aos nossos dias. É vital entendermos as nossas raízes. A exposição à música de qualidade, tanto antiga como moderna, é fundamental para a nossa identificação cultural. Infelizmente, fora deste e de um pequeno punhado de outros festivais, não temos a devida exposição à música antiga e moderna. Assim, facilmente perdemos o fio condutor, a bússola e o compasso do caminho a seguir. É, portanto, fundamental que se proporcionem situações que em que possamos facilmente ligar o histórico ao atual. O isolamento a que somos votados enquanto ilhas não deve significar isolamento cultural da Europa e do Mundo. A nossa identidade cultural deve, sim, ser uma adição e um contributo a estas e não um isolamento destas. Neste concerto teremos uma música de cada século, fazendo uma boa ligação entre 1725 (Bach) até aos nossos dias (Hersant).

3- Maya Homburger e Barry Guy. Violino Barroco e Contrabaixo. Um duo improvável pela sua raridade. Mas bem pensado, pois com o instrumento mais agudo e o mais grave da família das cordas, conseguem tocar um repertório vastíssimo, com uma sonoridade distinta e única. O repertório, com efeito, estende-se desde o séc. IX até aos nossos dias, com nomes que passam por Dario Castello, Heinrich Biber, J. S. Bach, György Kurtág e do próprio contrabaixista Barry Guy. Estes músicos conseguem transportar-nos, através da música, por momentos de calorosa introspecção até momentos de vivacidade e frescura, partindo à descoberta de sonoridades raras.

 

4- Do "Domínio da Natureza"

A música é uma espécie de tensão entre a Natureza e a vontade humana. Esta tensão é uma ligação à Natureza, mas, ao mesmo tempo, moldada pela vontade dos criadores, dos intérpretes e, até, do público que ouve a música.

Esta tensão nunca é pacífica. Mas é impossível de ultrapassar. Nela, nunca haverá vencedores ou vencidos. Haverá sempre uma infinda luta por compromissos extraordinários. Não sabemos bem em que ponto estamos desta ligação. Há quem diga que estamos no modernismo, ou até, no pós-modernismo. Mas com a música, a ligação/tensão com a Natureza parece ser ainda umbilical. Talvez porque o ser humano não sobrevive sem natureza, a música, (mesmo que seja mais livre do que nós, meros mortais), também não.

A música é o movimento vivo dos sons no espaço dado na Natureza e uma luta por uma visão do Universo.

A obra-prima, como criação, através de “mapeamento” de texturas e “renderizar” a linha melódica da sonoridade dada pela natureza, que ultrapassa as fronteiras do ser individual.

Contactos do Promotor

(não definido)
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