Apresentação do romance "Até para o Ano em Jerusalém", de Maria da Conceição Caleiro

Apresentação do romance "Até para o Ano em Jerusalém", de Maria da Conceição Caleiro

2015-05-28
21:00
Núcleo Cultural e Museológico de Ponta Delgada (Sinagoga)
Literatura/Literature

Sobre

RESUMO DA OBRA - Um homem e uma mulher – Vicente e Maria Luís (Kowalevsky) – cruzam-se ocasionalmente numa festa em casa da narradora; ele, professor de História Contemporânea, temporariamente separado, a terminar um livro, de partida para um semestre de aulas no Rio de Janeiro; ela, artista plástica. Usa como nome artístico o estranho apelido encontrado em cartas de família à beira do lixo, numa mudança. Apaixonam-se. Mas Maria Luís é seropositiva. Não ficam juntos. No Brasil, na PUC, Vicente encontra um colega que possui “de verdade” o nome Kowalevsky, de origem judaica. Será este que o leva a pesquisar a origem do nome, a raiz e o rumo do nome. Imiscui-se nesse mundo e será a partir dessa investigação que chega à sua fonte: um refugiado polaco – Iossef – terá saído de Danzig, chegado a Inglaterra, daí aos Açores e dos Açores ao Brasil. Em S. Miguel vive uma paixão que só o fulgor da terra e o presságio das fumarolas expelem. Só depois da sua morte o passado será revelado. A AUTORA - Maria da Conceição Caleiro nasceu e vive em Lisboa. Concluiu em 1989 o mestrado em Literatura e Cultura Portuguesas na Universidade Nova de Lisboa com a dissertação Estudo de Clarice Lispector. Leccionou Língua, Literatura e Cultura Portuguesas em Clermont-Ferrand e em Paris III. Entre 1998 e 2003, trabalhou como assessora no Instituto Português do Livro e Bibliotecas. No âmbito da promoção da leitura, desenvolveu com a Culturgest uma série de debates, além de ter lançado o projeto Comunidades de Leitores, do qual foi moderadora nas livrarias Buchholz e Eterno Retorno. Escreve regularmente em jornais e revistas: Colóquio/Letras, LER, Egoísta e sobretudo no suplemento “Ípsilon” do jornal Público, onde há muito faz crítica literária de vários géneros e autores Realizou na RDP, antena 2, o programa A Biblioteca de. Textos literários, da sua autoria, podem encontrar-se publicados em diversas editoras independentes (revistas Cão Celeste, Piolho). Em 2009, estreou-se no romance, com a publicação de O Cão das Ilhas (Sextante), que obteve o prémio PEN Clube Português para Primeira Obra publicada em 2009. Em 2014, edita um contoToo Much (Alambique). Ambos aplaudidos pela Imprensa. OPINIÃO - “Aquela terra – diz ela a determinada altura – perturbava. Sempre a bulir lá por dentro, lá pro fundo, e nem se via sempre. Nunca tinha visto nada assim. Sentimentos tão extremos, amor e ódio. Ou os dois juntos, par a par. Fermentava, massa lêveda, adâmica. Vagarosa atmosfera enredada. Chuva miúda, dava vício. Calor húmido, tecto baixo. Transpirávamos. Fez partir muitos, a outros amarrou como as presas de um polvo maldito de tantos braços que se estendiam sem soltar quem foi uma só vez apanhado e por lá foi ficando. Sentia-me já possuída. A certa altura, num dado ponto alto da estrada, do alto, num momento de céu aberto, via-se mar dos dois lados. Senti as lágrimas, por nada. A fragilidade do lugar”. Até para o ano em Jerusalém deve ser lido pelo muito mais do que nos devolve nas suas páginas, particularmente pelo que me parece ser um dos seus temas predominantes – a nossa identidade por entre a catástrofe, a memória da vida e da morte, do amor e do ódio, de quem e como somos. Só que a terra açoriana é visitada aqui com muita originalidade e olhos de fora – que vêem quase tudo o que nos escapa aqui ao lado, o paraíso e o inferno desafiando-se eternamente. Vamberto Freitas, Açoriano Oriental, 22 de Maio de 2015

 

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