Apresentação do livro «Rapariga Celta sentada num Javali» de Artur Veríssimo

Apresentação do livro «Rapariga Celta sentada num Javali» de Artur Veríssimo

2015-05-29
18:30
Galeria do IAC
Literatura/Literature

Sobre

O Instituto Açoriano de Cultura apresenta ao público, pelas 18h30 do dia 29 de maio, na galeria da sua sede, o livro Rapariga Celta Sentada Num Javali, obra da autoria de Artur de Sousa Veríssimo, cuja apresentação estará a cargo do escritor Álamo Oliveira. Sinopse (do autor): «– O que fica do que passa num congresso? – perguntei-te. Respondeste-me com um sorriso largo, abandonado, com um grão de malícia no olhar: – Não sabes?» «Tudo o que acontece num congresso já quase passou. Sabem-no a oradora ruiva que excita o que de melhor existe em cada um, Viriato, o salteador de estrada, que, em pelo, a leva às costas para dizer «A moleirinha» de Junqueiro, o congressista-que-carrega-nos-r, no jardim de Angra, por hábitos de leitura, o especialista em Todorov, que rapta no sonho (ou sonha raptar) a heroína, levando-a para as Berlengas, a mulher terrível que entra acordada no pesadelo de Mimi, as personagens da História que figuram nas palestras e nos sonos dos congressistas que perturbam. E sabem-no, de forma peculiar, as figuras que, nos intervalos (subsidiados pelo F.S.E.), debicam bolachinhas e gracejos ou as que mordiscam ternuras apressadas pelos quartos do hotel. É no lugar desses (des)encontros que o autor desenha as múltiplas faces do amor, da solidão acompanhada e do generoso delírio das personagens na espuma das horas. Rapariga Celta Sentada Num Javali é a obra que melhor reflete a experiência de vida do autor, designadamente a que decorre da sua vasta participação em congressos.» “(…) Rapariga Celta Sentada num Javali é de uma precisão estrutural notável, cada passo recorre à paródia não só das formalidades da escrita académica, ou da espécie “científica”, como teatraliza comicamente as hipóteses hermenêuticas de um texto qualquer sob discussão em encontros supostamente especializados. As suas personagens principais são nossas contemporâneas, mas declaradamente insinuantes de figuras da nossa história, o protagonista sendo de nome Viriato, e a ruiva “celta” de nome Brianda, sensualmente avantajada, os seus encontros íntimos nos intervalos de sessões chatas e banais muito mais esperados e desejados, nestas ocasiões, em quartos de hotel e noutros recantos escondidos. Viriato, que atirava pedras aos romanos, e a Brianda que atirava toiros aos espanhóis, estão aqui reencarnados, reinventados (…) Como nas melhores narrativas ficcionais pós-modernas, o seu tema envolve simplesmente a desestruturação das formalidades escolásticas num mundo de ideias abrangentes, e que se têm por ser essenciais à salvação da humanidade, o furar de balões mentais demasiadamente cheios de ar e de nada, a contextualização relativista de tudo e todos. (…) A melhor ficção deste género é feita disto – nas questões aparentemente irrisórias, nas míticas instantâneas lançadas desavergonhadamente por “estudiosos” e outros “pensadores” obscuros, o leitor vai-se dando conta de que nos estudos humanísticos tudo flui, tudo é incerto, nada é permanente, muito menos “científico”, a comédia nasce das falas dos que pretendem fazer passar o contrário. Como dizia o nosso povo em tempos idos – não entendi nada do que disse o senhor, mas fala muito bem. (…)”. – Vamberto Freitas, in Açoriano Oriental. 19.01.2015: Artur de Sousa Veríssimo nasceu a 5 de fevereiro de 1956, em Angra do Heroísmo. Ligado à ação educativa desde 1975, exerceu, para além da docência, vários cargos de chefia e de formador, tendo sido, também, coordenador e coautor de manuais escolares de português (1992-2013) e diretor executivo da revista (In)formar. Mestre em Cultura e Literatura Portuguesas, pela Universidade dos Açores, publicou, para além da novela Uma pedra no sapato (1988), as obras didáticas Registos de observação e Dicionário da Mensagem (2000). Foi distinguido com o Prémio Literário Almeida Firmino (1988), a que concorreu com o original A serpente está escondida na relva. Álamo Oliveira nasceu a 2 de maio de 1945, na freguesia do Raminho. Iniciou os seus estudos no Seminário de Angra do Heroísmo e trabalhou sempre ligado à cultura em diversos departamentos do estado. É um dos membros fundadores do grupo de teatro Alpendre. Possui mais de três dezenas de obras publicadas nas áreas literárias da poesia, do teatro, do romance, do conto e do ensaio – algumas delas traduzidas para diversas línguas, como Já Não gosto de Chocolates, Até Hoje (Memórias de Cão), etc. Foi ainda professor convidado de estudos portugueses na Universidade de Berkeley. Em 2010 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.  

 

 

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